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Pin-Up do Mês de Maio traz ensaio tropical em homenagem ao Dia das Mães

12 de maio de 2024, por Mirella Fonzar
Moda
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O Pin-Up do Mês de maio chegou ao Universo Retrô com um ensaio para lá de especial em homenagem ao Dia das Mães, comemorado neste domingo, 12 de maio. A estrela deste ano é a designer gráfica Lyn Nimtz, paulistana que mora em Portugal e aguarda ansiosamente pela chegada de sua primeira filha, Luiza.

Com produção inédita do Universo Retrô, sob as lentes da fotógrafa Taína Medeiros e da equipe do Eventual Estúdio, Lyn se transformou em Pin-Up pela primeira vez, registrando seu barrigão de quase 8 meses. O tema escolhido, “Pin-Up Tropical”, reforça seu carinho pelo Brasil, com direito a “sombra e água fresca”.

Com um estilo repleto de referências vintage e rock ‘n roll, Lyn Nimtz é feminista e frequentadora da cena Punk desde a adolescência, mas confessa flertar também com o Psychobilly, o Rockabilly, entre outras referências. Em uma conversa reveladora, ela compartilha suas percepções sobre as subculturas e suas influências na formação de seu estilo.

A seguir, convidamos você, leitor, a mergulhar no universo vibrante e autêntico da mãe de Luiza para conhecer sua visão sobre mundo, moda e subculturas. Leia a entrevista completa, confira as fotos e inspire-se!

Lyn-Pinup-Gestante
Foto: Taína Medeiros

Universo Retrô – Você faz parte da subcultura Punk, mas optou pela estética Pin Up para o seu ensaio gestante. Foi a primeira experiência no estilo ou já havia feito algum ensaio antes?

Lyn Nimtz – Foi a primeira experiência no estilo. Vi tantos ensaios lindos de amigas que pensei que a gravidez poderia ser uma boa hora pra testar como eu ficaria nesse universo também. Desde muito nova, apesar de frequentar mais a cena punk, sempre dei minhas voltinhas pelas cenas rockabilly e psychobilly, onde tive contato com esses estilos. Inclusive, tenho e uso uma ou outra peça mais retrô, adoro usar creepers e dar uma misturada.

Lyn-Pinup-Gestante
Foto: Taína Medeiros

Universo Retrô – Inclusive, a gente vê muitas referências vintage no seu estilo. Como você definiria o seu estilo? O que costuma levar em consideração na hora de montar um visual?

Diria que tenho uma pitada de influência desses estilos, aliados também a referências do gótico, do post punk, do new wave, do glam, do garage… mas, a minha essência sempre foi mais para o punk, então fica essa salada aí!

Sinceramente, hoje aos 40 anos, as minhas referências são mais discretas, já não tenho a mesma paciência que eu tinha aos vinte e poucos de armar moicanos e rebitar tanto as minhas roupas, encher de patches etc.

Hoje, uma camisetinha de banda, uns acessórios e itens mais confortáveis têm sido prioridade pra mim. O que levo em consideração é conforto, preço, exclusividade, gosto muito de valorizar o trabalho de marcas alternativas pequenas e fazer customizações também.

Lyn-Pinup-Gestante
Foto: Taína Medeiros

Universo Retrô – Tem alguma década preferida?

Lyn Nimtz – Pode ser três? 1960, 1970 e 1980.

Universo Retrô – Quais são suas maiores referências de estilo?

Lyn Nimtz – Aaaai que difícil… são tantas, mas vamos lá escolher algumas: David Bowie, Gaye Advert, Siouxie Sioux, Fay Fife, Joan Jett, Marc Bolan, Cindy Lauper, Richard Hell, Debbie Harry, Vivienne Westwood, Viv Albertine, Soo Catwoman, Patty Smith, Kathleen Hanna, Poly Styrene, Wanda Jackson, Nancy Sinatra, Chrissie Hynde e por aí vai…

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Foto: Taína Medeiros

Universo Retrô – O legal é que, além dessas fotos mais tropicais, a gente conseguiu fazer também um set mais punk rock, com um visual mais pesado e referências pessoais suas e do seu marido – que em breve publicaremos na página do Universo Retrô Produções. O que você achou do resultado?

Lyn Nimtz – Eu gostei muito! Se tivesse com mais tempo e mais paciência teria montado um visual até mais pesado, mas como moro em Portugal e não trouxe esse tipo de peça, e na época do ensaio eu tava com tanto trabalho que não consegui montar peças novas com patches e rebites. Nem trouxe coturno dessa vez também, pois com a gravidez tenho usado mais tênis e roupas confortáveis.

Numa próxima eu me preparo melhor, penso mais em cabelo e maquiagem também, mas a verdade é que o tempo era curto no dia para fazer mudanças muito radicais entre as trocas de cenário. Mas acredito que mesmo com um visual mais básico, conseguimos um resultado muito satisfatório e realista com o tipo de roupa que temos usado mesmo. Eu ainda gosto muito de visual pesado, só não tenho a mesma paciência, tempo e dedicação de antes, mas pra um ensaio eu faria esse esforço com certeza (risos).

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Foto: Taína Medeiros

Universo Retrô – Você enxerga que subculturas como rockabilly, punk e psychobilly são convergentes ou divergentes? O que mais acha que têm em comum e o mais diferente?

Lyn Nimtz – O rockabilly influenciou muitas bandas que eu gosto, mas sem dúvidas está muito mais distante do punk que o psychobilly, até pela linha do tempo na história. Eu acredito que o rockabilly permeia o meio punk como influência em casos pontuais, musicalmente e no visual também. Já o psychobilly acho que bebeu muito mais do punk do que o contrário, seguindo a cronologia também. Mas politicamente falando, são 3 cenas muuuuito diferentes. Essa parte é polêmica, então deixa pra lá (risos).

Lyn-Pinup-Gestante
Foto: Taína Medeiros

Universo Retrô – O que mais te atrai dentro da subcultura do Punk, para além do visual?

Lyn Nimtz – Os valores, o pensamento crítico, a contestação e desprezo pelos padrões sociais, o antiautoritarismo, a música, o senso de coletividade, o estilo de vida, o DIY, um lado um pouco mais realista e consequentemente pessimista da vida, um pouco niilista tb… Eu diria que o punk formou meu caráter: “no gods, no masters”.

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Foto: Taína Medeiros

Universo Retrô – Além de Punk, você é feminista. Acha que também existe machismo/sexismo dentro da sua subcultura ou o Punk é mais aberto e transgressor também para as mulheres?

Lyn Nimtz – Olha, deve dar pra contar nos dedos os caras que realmente dão oportunidades às mulheres e as respeitam como deveriam, tratando-as iguais. Infelizmente, os “esquerdomachos” estão por todos os lugares, inclusive no Punk. As mulheres ainda são muito objetificadas, continuam tendo suas habilidades questionadas, espaços e oportunidades reduzidas.

As coisas vêm melhorando, mas a passos muuuuito lentos… sigo ao lado das mulheres da cena tentando pavimentar um caminho que será sentido só daqui muitas gerações. É o que podemos fazer, esse tipo de mudança leva tempo mesmo, é mexer numa cultura já muito enraizada. Sou grata pelo que as gerações anteriores de mulheres fizeram por nós e espero fazer a minha parte pelas próximas.

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Foto: Taína Medeiros

Universo Retrô – Você é de São Paulo, mas mora em Portugal. Vê muita diferença do underground daqui e de lá?

Lyn Nimtz – Nossa, muuuuuita. Todas as cenas aqui são muito mais fortes e mais ativas. Devemos considerar, é claro, que são países com dimensões muito diferentes, e ter um público maior como há aqui viabiliza realizar muito mais, lógico… mas confesso que esperava mais do underground de lá. Ainda assim tenho toda a admiração e respeito pelas pessoas que seguem numa luta incansável para manter as subculturas vivas, elas existem e fazem mais do que podem.

Uma parte que me decepcionou MUITO foi cultural e politicamente, as pessoas se posicionam pouquíssimo, os discursos atuais ainda estão bem atrasados por lá. Ser feminista pega mal pra muita gente, se você tá num grupo e chama a atenção para um comentário racista/machista/elitista/xenófobo/etc, você que é a chata sem graça que incomoda… ainda tem muita gente que acha ok fazer piada dessas coisas que aqui há anos ninguém tolera mais.

No Brasil, é super ok você chamar a atenção (educadamente) de uma pessoa se ela der uma bola fora. A chance de te ouvir, melhorar e agradecer são imensamente maiores… lá, qualquer crítica segue como uma grande OFENSA pessoal, por mais que você meça as palavras… é como se você não tivesse senso de humor e comentários e comportamentos opressivos ainda fossem pertinentes. Acho que fiz muitas inimizades por me acharem “radical demais”.

Universo Retrô – Mas, falando em coisa boa… Como está a ansiedade para a chegada da Luiza?

Lyn Nimtz: Nossa, eu não vejo a hora de ver a carinha da Luiza, mas ao mesmo tempo estou segurando a emoção e pedindo pra ela esperar mais um pouquinho. Infelizmente o pai precisou ir pra Portugal resolver umas coisas de trabalho e só volta dia 18, então precisamos ter paciência e torcer pra dar tempo dele chegar pro nascimento. Ao mesmo tempo que a ansiedade é grande, quero que ela venha no tempo dela, sem pressa e com muita saúde. Tô nessa missão tentando manter o equilíbrio e a calma.

Ficha Técnica

Modelo: Lyn Nimtz
Fotografia: Taína Medeiros
Produção: Universo Retrô (Mirella Fonzar e Daise Alves)
Maquiagem: Val Make Up
Cabelo: Mirella Fonzar
Assistente de fotografia: Pâmela Tosatty
Edição de imagens: Lucas Simões
Locação: Eventual Estúdio
Figurino: Acervo Universo Retrô Produções
Apoio: Lovely Vintage Store

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